No passado dia 2 de Maio, enviámos uma carta expondo a situação ao provedor do leitor do Público, José Alberto Lemos. Subcreveram-na os membros da equipa que investigou o caso (Joana Baptista Costa, Maria José Goulão, Mário Moura e Susana Lourenço Marques). Subscreveram-na outros investigadores que descobriram problemas na colecção. Assinaram quase todos os autores que contactamos cujas obras foram apropriadas. Temos conhecimento que outros leitores também enviaram cartas do mesmo teor.
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Uma História Grave (8)
Foi com este texto, publicado a 20 de Dezembro de 2022, que trouxemos a público os problemas graves que descobrimos na colecção HDGP.
Desde então, o Público começou por anunciar a reedição dos dois primeiros volumes. Pouco depois, seria anunciada a reedição de todos os volumes publicados até à altura. A decisão foi justificada pelo jornal com evasivas e desculpas inverosímeis e contraditórias.
O caso é um teste ao design como disciplina, e à sua capacidade para se debater a si próprio na esfera pública. Os problemas que denunciámos, pela sua escala e exposição, deveriam levar a um inquérito e reflexão profundos. A alternativa é a erosão da credibilidade do design enquanto disciplina académica.
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Uma história grave (7)
O Público anuncia em publicidade de página inteira a «nova edição» da História do Design Gráfico em Portugal. «Revista», «em versão melhorada, retrabalhada e reimpressa, para garantir a qualidade que os nossos leitores merecem».
Não se refere em lado nenhum que a colecção foi retirada de circulação por terem sido nela encontradas um grande número de transcrições extensas, sem qualquer referência aos autores originais.
Nem se diz como se começou por garantir que eram erros menores. Ou que afinal se ia reimprimir os dois primeiros volumes (por «coincidência» aqueles onde tínhamos encontrado problemas). E mais tarde a totalidade dos seis (depois de se ter denunciado problemas também nestes).
Em qualquer outra área que não o design, seria um escândalo.
Para que não se perca de vista qual o problema: as imagens deste post são das páginas 34, 35 e 37 do quarto volume (a página 36 mostra uma imagem de página inteira, e não a reproduzimos). Compara-se com o texto, «Joaquim Carneiro da Silva e o Plano da Aula Pública de Desenho de Lisboa: contributo para a história do ensino das Belas Artes em Portugal», da autoria de Miguel de Faria, professor catedrático na Universidade Autónoma de Lisboa.
Este exemplo não faz parte dos casos originais enviados ao Público.